sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


A Lei de Midia, aprovada em 2009 pelo Parlamento argentino – e que entrará em plena vigência a partir da meia-noite desta sexta-feira – está gerando grande irritação entre os evangélicos deste país, além de outros grupos religiosos da sociedade argentina. O pivô dessa irritação é que a lei – a menina dos olhos da presidente Cristina Kirchner – determina em seu artigo número 37 que a Igreja Católica será a única entidade religiosa que terá direito a canais de TV e e estações de rádio sem necessidade de autorizações prévias ou licitações. Gastón Bruno, vice-presidente de relações externas da Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina (ACIERA), afirmou que a entidade defende “a igualdade religiosa” na Argentina. “Não estamos contra credo algum. Simplesmente queremos tratamento igualitário”, afirma Bruno, lamentando a exclusão das igrejas evangélicas da lei de mídia. “Nós representamos 5 milhões de pessoas”, afirma.
“Para o Estado argentino as igrejas evangélicas são entidades civis e não uma fé. E isto ocorre 200 anos depois da independência do país, momento no qual se produz a igualdade de vários direitos de vários setores. Mas nós, embora sejamos uma minoria crescente e dinâmica, não somos tratados de forma igualitária”, explica.
O Conselho Nacional Cristão Evangélico (CNCE) da Argentina sustenta que lei de mídia gera “uma dolorosa e inexplicável discriminação religiosa”.
As outras entidades religiosas, entre elas, as vinculadas comunidade judaica (a maior da América Latina) e a muçulmana, também ficam de fora desses privilégios que a presidente Cristina Kirchner – que cita Deus e o marido morto em seus discursos – concedeu à Igreja Católica. Oficialmente, a Argentina possui um Estado laico.
A decisão do governo de privilegiar a Igreja Católica constrange os militantes kirchneristas. O próprio Martín Sabbatella, diretor da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação (Afsca), além de deputados, evitam falar sobre o assunto. No máximo alegam que a Igreja Católica possui um status legal especial, já que é uma entidade pré-existente ao próprio Estado argentino. Isto é: existia Igreja Católica antes da Argentina ser independente. “Se for por isso, as igrejas protestantes também existiam aqui antes da independência”, afirma Bruno. “Inclusive, vários evangélicos lutaram nas guerras da independência”.
Coincidentemente, a alta hierarquia do clero em Buenos Aires – que havia desferido duras críticas contra os Kirchners durante vários anos – desde a aprovação da lei de mídia, embora pronuncie alguma eventual crítica, manteve um perfil mais baixo e evitou participar das controvérsias sobre a norma que limitará a atuação das empresas privadas na área de jornalismo.
M TEMPO: O Estado argentino, por uma lei da ditadura (a de número 21.950), paga os salários dos bispos e dos padres da Igreja Católica. Também subsidia seminaristas. O governo Kirchner nunca disse nada sobre este assunto. Quem quiser ver uma lista de algumas leis que beneficiam com exclusividade o setor citado, aqui há um link oficial, do Ministério das Relações Exteriores e Culto (assuntos burocráticos relativos à religião são tratados pela chancelaria): http://www.culto.gov.ar/dircatolico_normativa.php.

Segundo uma pesquisa realizada em 2009 pelo governo, 76% dos argentinos foram originalmente batizados católicos. Mas, apenas 6% são praticantes.
A totalidade das igrejas evangélicas na Argentina não reúne mais de 10% da população. Mas, ao contrário dos católicos, o grupo evangélico é totalmente praticante. Os evangélicos argentinos não possuem uma bancada que os represente no Parlamento, e tampouco contam com redes de televisão.
Os ateus, no entanto, segundo a pesquisa, ultrapassam católicos e evangélicos praticantes, representando 11,3% da população.
O país conta com a maior comunidade judaica da América Latina – calculada entre 300 mil e 500 mil pessoas – além de uma presença muçulmana (estimada em 500 mil pessoas) nas províncias do norte e noroeste.
Até a reforma constitucional de 1994 a Carta Magna determinava que somente poderia ser presidente um católico apostólico romano. A reforma excluiu essa restrição.




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


O Observador do Vaticano na ONU fez lembrar as caricaturas iluministas e protestantes do jesuíta equívoco que se esmera na defesa do indefesável por meio de sutis argumentos escolásticos.Ao defender-se de um porta-voz da União Internacional Ética e Humanista que acusou o Vaticano de encobrir o abuso de crianças e violar a Convenção sobre Direitos das Crianças, o arcebispo Silvano Tomasi alegou que " apenas 1,5 % a 5% de seus sarcedotes se envolvem em escandâlos e que estes também acontecem entre congregações judaicas e protestantes e o mesmo entre parentes, vizinhos e babás, em vez de aceitar a responsabilidade por combater os abusos dentro da Igreja.
Ainda mais lamentável, afirmou que 80% a 90% dos ditos abusos não se trata de "pedofilia mas de efebofilia", pois se dão com "adolecentes de 11 a 17 anos".
É, quase literalmente discutir o sexo dos anjos. Relações com adolescentes não são exatamente o mesmo que com crianças, mas para para quase todos os países, mesmo católicos, sexo com menores de 14 anos é ilegal e implica presunção de violência - e a definição usual de efebofilia refere-se a relações com jovens de 17  a 20 anos.
Em vez de arrepender-se dos seus pecados, como recomenda aos fieís, a Igreja Católica foge de suas responsabilidades com rabulices de envergonhar advogados de porta de cadeia.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Igreja Católica Alemã enriquece com pornografia


Uma situação inusitada: as ações da maior empresa de mídia da Alemanha, a Weltbild, que possui em seu catálogo livros, e DVDs de pornografia, pertencem a Igreja Católica.
As ações foram compradas pela Igreja Católica do país há mais de 30 anos atrás. Desde então, a empresa segue publicando pornografia e outros livros considerados contrários à religião católica, como livros budistas, por exemplo.
Poucas pessoas sabiam dessa conexão Igreja-Weltbild até o início de agosto (2011), quando o Buchreport, revista sobre a indústria de entretenimento alemã, trouxe a público as informações. O assunto também foi notíciado na revista católica alemã PUR.
Grupos católicos do país tem tentado, por mais de 10 anos, mostrar às autoridades da Igreja o que está acontecendo. Eles se dizem indignados com tamanha “hipocrisia”.É por isso que, segundo o jornal alemão “Die Welt”, este grupo ficou revoltado com a declaração de um porta-voz da Igreja, quando este afirmou que a “Weltbild tudo fará para evitar a publicação de conteúdos pornográficos”.
A empresa, que tem sede na cidade de Augsburg, emprega 6.400 pessoas e movimenta 1,7 bilhão de euros anualmente. É a líder do mercado editorial alemão e mantém um site que perde apenas para a Amazon daquele país.É detida há 30 anos por 12 dioceses e também pela Associação das Dioceses Alemãs. 
182 milhões de euros são destinados à Igreja.O “Vatican Insider” diz ainda que a empresa tem “servido de espécie de banco para a Igreja alemã”.
A Weltbild não se limita a vender livros, também os edita, nomeadamente através da “Droemer & Knaur”, da qual possui 50%.Os 2.500 livros eróticos em seu catálogo atual incluindo os do selo Pantera Azul, especializado em pornografia, são apenas um exemplo.
. A repercussão do caso das ações reforça a desmoralização da Igreja Católica na Alemanha.A Igreja vendeu a editora em 2011.

Igreja católica alemã indicia 66 religiosos por pedofilia


A Igreja Católica Alemã anunciou nesta sexta-feira (07-12-2012) que 66 de seus religiosos foram indiciados por prática de abusos sexuais cometidos num período de 10 anos.
A Conferência Episcopal alemã apresentou um estudo lançado em abril de 2011 que faz parte dos trabalhos iniciados depois da crise de 2010, quando centenas de pessoas revelaram ter sido vítimas de abusos quando eram menores de idade entre 1950 e os anos 1980.Três quartos das vítimas (75%) eram do sexo masculino.
"Apenas alguns casos" estão relacionados com patologia psicológica, como a pedofilia, os casos refletem a taxa de prevalência da sociedade no seu conjunto", indicou o professor Norbert Leygraf, da seção médico-legal do hospital de Duisburg-Essen (oeste), que dirigiu os trabalhos e é citado no comunicado.
O especialista sublinhou que os casos detectados são "particularmente heterogéneos" e que incluem desde deslocações a piscinas até contactos sexuais entre religiosos, manipulação de órgãos genitais de menores, posse e consumo de documentos pedo-pornográficos ou o abuso de pessoas incapazes de se defenderem.Estes religiosos foram acusados, entre 2000 e 2010, de um total de 576 abusos sexuais de meninos e adultos. Setenta e cinco por cento das crianças que sofreram abusos eram do sexo masculino.
No início de 2010, a Alemanha se viu sacudida por revelações de abusos sexuais com crianças e adolescentes em instituições que pertenciam quase todas à Igreja católica.
Inúmeros fieis se afastaram desde então da Igreja. No ano passado, 126.488 católicos deixaram formalmente a instituição, depois dos 181.000 em 2010, segundo cifras oficiais.A Igreja católica ofereceu 5.000 euros às vítimas, que consideraram a indenização insuficiente.